06 de Junho
Marcelino foi um sábio e dedicado religioso, amigo e discípulo de Agostinho, bispo de Hipona, depois canonizado e declarado doutor da Igreja. Entretanto, Marcelino, acabou sendo vítima de um dos lamentáveis cismas que dividiram o cristianismo. Foram influências políticas como o donatismo que levaram esse honrado cristão à condenação e ao martírio.
Tudo teve início muitos anos antes, em 310. O imperador Diocleciano ordenara ao povo a entrega e queima de todos os livros sagrados. Quem obedeceu passou a ser considerado traidor da Igreja. Naquele ano, Ceciliano foi eleito bispo de Cartago, mas teve sua eleição contestada por ter sido referendada por um grupo de bispos traidores, os mesmos que entregaram os livros sagrados.
O bispo Donato era um desses e, além disso, tinha uma posição totalmente contrária ao catolicismo ortodoxo. Ele defendia que os sacramentos só podiam ser ministrados por santos, e não por pecadores, isto é, gente comum. Os seguidores do bispo Donato, portanto, se tornaram os donatistas e a Igreja se dividiu.
Em Cartago, Marcelino ocupava dois cargos de grande importância: era tabelião e tribuno, funcionando assim como um porta-voz da população diante das autoridades do Império Romano. Era muito religioso, ligado ao bispo Agostinho, de Hipona, reconhecido realmente como homem de muita fé e dedicação à Igreja. Inclusive, algumas obras escritas pelo grande teólogo bispo Agostinho, partiram de consultas feitas por Marcelino. Foram os tratados "sobre a remissão dos pecados", "sobre o Espírito", e o mais importante "sobre a
Trindade", porem nenhum deles pode ser lido por Marcelino.
Quando este se opôs ao movimento donatista, em 411, foi denunciado como cúmplice do usurpador Heracliano e condenado à morte. Apenas um ano depois da execução da pena é que o erro da justiça romana foi reconhecido pelo próprio imperador Honório. Assim, a acusação foi anulada e a Igreja passou a reverenciar São Marcelino como mártir. Sua festa litúrgica foi marcada para o dia 06 de abril, data de sua errônea execução.
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